Limites e coerência são dois princípios importantes na hora
de educar
Criar filhos inteligentes, responsáveis, tolerantes, com boa
autoestima... Educar é um desafio diário para todos os pais, sem exceção. As
dúvidas que vêm com essa responsabilidade foram tema de palestra promovida pelo
Educar para Crescer. Dois profissionais com mais de 20 anos de experiência na
área da Educação falaram para os funcionários da DGB, holding de logística e
distribuição do Grupo Abril nesta quinta-feira (15), em mais uma edição do
projeto Cruzando Pontes, uma iniciativa do Grupo Abril que convida
especialistas para falar com os funcionários do grupo sobre importantes temas
da sociedade.
Criar filhos inteligentes, responsáveis, tolerantes, com boa
autoestima... Educar é um desafio diário para todos os pais, sem exceção. As
dúvidas que vêm com essa responsabilidade foram tema de palestra promovida pelo
Educar para Crescer.
"A palavra-chave para educar os filhos é não."
Assim começou a exposição da psicóloga Rosana Augone, especializada em
psicologia infantil e com mais de 30 anos de experiência na área. Essa
palavrinha mágica é muito importante na formação da criança e, apesar de
parecer fácil dizê-la, os pais penam para manterem-se firmes no
"não". Dar limites de forma coerente é o principal desafio nos sete
primeiros anos da criança- que são também os mais importantes na vida da
criança, pois é a fase construtora, quando as bases da personalidade da criança
são estabelecidas. Muitos pais não querem ser autoritários e essa insegurança de
errar ou traumatizar os filhos atrapalham a construção de uma autoridade
saudável e necessária. "O pai não pode ficar em cima do muro. Dizer não e
depois ceder ou dizer sim e
depois mudar de ideia é muito ruim para os pais, que
perdem autoridade, e para as crianças, que ficam sem referência", explica.
Isso acaba ensinando, sem querer, que se o filho fizer birra ou seduzir os
pais, é possível conseguir tudo o que querem. O resultado? As crianças não amadurecem e podem permanecer
nessa fase de desenvolvimento, em que são impacientes manipuladoras,
intolerantes, inseguras, egocentradas e cheias de si. Rosana concluiu dizendo que não existem receitas para educar
as crianças, mas é importante que os pais sejam coerentes na hora de dizer sim
e não, sabendo os limites do que elas podem ou não fazer vão se modificando
conforme o tempo. "Por mais duro que os pais sejam, eles educam com amor.
Se vocês não fizerem isso em casa, as crianças vão aprender os limites fora de
casa e da escola, onde
Os três pilares para uma educação saudável, elencados pela
psicóloga Rosana Augone:
a) Aprender a dizer não, para que a criança aprenda limites
e outras regras sociais de convivência
b) Dar autonomia, de maneira que a criança aprenda a fazer
suas próprias escolhas e serem responsáveis pelas consequências delas
c) Não se esquecer de elogiar, pois quando a criança sabe
quais são suas qualidades - e defeitos-, sua autoestima é fortalecida.
Parceria entre família e escola
Os efeitos da falta de limites e de coerência em casa acabam
gerando problemas mais tarde, na escola. E foi exatamente sobre a relação entre
a família e a escola que falou o pedagogo e cientista social Laércio Carrer,
coordenador de Ensino Fundamental no Colégio Albert Sabin. com mais de 23 anos
de experiência como educador. A criança que vem de uma educação sem limites chega na
escola acostumada ter seus desejos individuais atendidos, mas o espaço escolar
é coletivo. "A criança perde a "exclusividade" que tinha em casa
e precisa aprender a dividir a atenção com outros colegas e a conviver com o
diferente", disse Carrer. O conflito, porém, se estende para a relação entre a família
e a escola. Para Carrer, alguns pais têm a expectativa de que o professor seja
o segundo pai dos filhos. "Quando existe essa oposição entre família e
escola todos perdem: a escola, os pais, os educadores e, principalmente, os
filhos", concluiu. Ele alerta que esse processo acaba produzindo uma sociedade
pouco saudável. A escola é o espaço da diferença, que deveria enriquecer a ligação
com a divergência e a diversidade, porém, Carrer explica que hoje as crianças
não são ensinadas a aceitar o diferente. "Aí nasce o preconceito. Isso é
um aspecto sério para a construção de uma sociedade saudável. Vemos o outro não
como próximo, mas como adversário", apontou.
FONTE: EDUCAR PARA CRESCER
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