O Dia dos Pais está chegando e, com ele, uma boa
oportunidade de repensar o papel do pai na vida e na Educação dos filhos. A
verdade é que pai e mãe não precisam ser iguais. Cada um ocupa um lugar na
diferente na vida da criança - e não há nada de errado nisso. Mas qual é o
lugar que ele, pai, ocupa hoje na função de educar? Se ele não é muito
presente, o que pode fazer para aumentar a sua participação na vida dos filhos?
Para eles, o papel do pai não cabe mais dentro de ideias
rígidas, como aquela de que é o provedor da casa e se movimenta no mundo do
trabalho enquanto a mãe cuida do ambiente da casa e da Educação dos filhos.
Segundo Maria Inês Goulart, "o homem hoje não pode pensar em como pode
contribuir na educação dos filhos porque esse é o seu papel principal como
pai", e não majoritariamente uma função materna. Cristiano Gomes concorda
com ela quando diz que "é preciso repensar os papéis". Segundo ele,
os homens não aceitam mais ser encaixados nesse lugar estereotipado da função
da figura masculina na família "porque viram o quanto estavam perdendo no
contato com os filhos e no prazer da paternidade". Para Joaquim Ramos,
isso acontece também porque "a Educação é uma tarefa que precisa ser
socializada. Todo mundo se educa numa família, e inclusive as crianças educam
seus pais", reitera.
Maria Inês destaca ainda que o pai não precisa imitar a mãe.
"O pai é diferente da mãe e não precisa educar o filho do mesmo jeito da
mãe, mas sim do jeito dele. As brincadeiras são diferentes, as formas de educar
são diferentes, a linguagem é diferente. A criança nasce de dois seres humanos
que não são iguais, então, nasce da diferença - é a diferença que cria a vida.
E é com ela que a criança tem que estar em contato o tempo inteiro."
Leia a seguir cinco dicas para pais que querem assumir
plenamente seu papel na vida e na Educação dos filhos.
1. "Faça o que eu digo - e também o que eu faço"
É aquela velha - mas não antiquada - ideia de que uma pessoa
aprende e é educada através do exemplo. Como resume Joaquim Ramos, mestre em
Educação pela PUC-Minas: "Uma criança aprende coisas boas e úteis tanto
quanto ruins e destrutivas dependendo do exemplo que presencia e do ambiente em
que vive".
2. Reserve tempo para brincar
A brincadeira é essencial na formação da criança, dentro e
fora da escola, pois está diretamente associada ao crescimento e ao
desenvolvimento infantil. "Na brincadeira, o pai tem uma excelente oportunidade
de conhecer seu filho. Saber se ele é mais impulsivo, mais paciente, mais
reflexivo, como ele reage ao perder e ganhar, como ele pensa diante de um
desafio", explica Cristiano Gomes, professor da Faculdade de Psicologia da
UFMG.
3. Seja presente e disponível
"Não é tanto o que você faz, não é a ação em si o mais
importante, mas sim o dizer estou aqui
para você. É preciso escutar a criança,
considerar o que ela diz. Acontece muito de os pais fazerem demais, mas, quando
o filho realmente precisa, eles estão sempre ocupados, nunca podem
atendê-lo", diz a professora da Faculdade de Educação da UFMG Maria Inês
Goulart. Isto se torna mais natural quando os pais veem a criança como alguém
potente, pleno, e não como alguém que ainda-vai-ser-algo, um ser incompleto.
"É preciso entender que as crianças estão sempre na tentativa de dar um
sentido e significado para suas vidas."
4. Dê espaço ao diálogo e à diferença
Dialogar é importante não apenas na relação entre pais e
filhos, mas também entre o casal. Em casa, é bom que o pai tenha a mesma
autoridade que a mãe. "A imposição de regras não deve ser exclusivamente
responsabilidade do pai. Isso é um resquício de uma cultura patriarcal que
coloca a mulher como submissa e inferior ao homem", diz Cristiano Gomes,
professor da Faculdade de Psicologia da UFMG. Joaquim Ramos concorda com ele
quando diz que "se o pai dá uma ordem e a mãe dá outra, a criança fica entre
os dois sem saber a quem obedecer. Deve haver espaço para a interlocução e para
a diferença na esfera familiar - senão não se educa, se confunde".
5. Demonstre carinho por seu filho
É função tanto do pai quanto da mãe dar espaço ao contato
corporal, ao carinho, ao abraço, ao beijo, ao toque, demonstrar o afeto e o
amor, dizer que está disponível e criar um ambiente gostoso em casa. "A
forma com que os pais fazem isso pode ser diferente, mas precisa ser
valorizada", diz a professora da Faculdade de Educação da UFMG Maria Inês
Goulart. Cristiano Gomes acrescenta: "A diferença do toque é legal, a
ausência dele é que é ruim. Assim, o filho pode ter a experiência de dois tipos
de toque ao invés de apenas um. Estabelecer contato físico é papel do pai e da
mãe".
FONTE: EDUCAR PARA CRESCER
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