Mário Francisco de Melo Júnior
Professor de História
SOBRE AS SOCIEDADES TEOCRÁTICAS DE REGADIO PARTE 1
Mesopotâmia:
“Os mesopotâmicos não se caracterizavam pela construção de
uma unidade política. Entre eles, sempre predominaram os pequenos Estados, que
tinham nas cidades seu centro político, formando as chamadas cidades-Estados.
Cada uma delas controlava seu próprio território rural e pastoril e a própria
rede de irrigação. Tinham governo e burocracia próprios e eram independentes.
Mas, em algumas ocasiões, em função das guerras ou alianças entre as cidades,
surgiram os Estados maiores, sempre monárquicos, sendo o poder real
caracterizado de origem divina”.
É importante não pensar em Mesopotâmia como um povo único.
No vale dos rios Tigre e Eufrates surgiram vários povos diferentes, cada um com
características particulares e contribuições diferentes ao desenvolvimento humano.
Lógico que existem pontos em comum entre estes povos, como a
existência de governos monárquico-teocráticos e a formação de estamentos
sociais (posição social determinada pela origem familiar, havendo quase total
impossibilidade de ascensão social).
A invenção da escrita, também na Mesopotâmia, pelos
Sumérios, respondia as necessidades da burocracia estatal dos povos, como a
contagem de cabeças de gado, coleta de impostos, senso populacional. Além de
registrar as trocas comerciais.
É sempre bom lembrar que o as técnicas desenvolvidas pelos
povos da Mesopotâmia se espalhavam pelos outros territórios devido a
proximidade territorial e o contato exercido pelos governos em épocas
específicas
SOBRE RELIGIÃO E PODER
As sociedades mesopotâmicas, assim como a Egípcia, promoviam
uma união entre religião e poder político. Essa união servia como legitimador
do poder real, tornando a obediência ao rei e seus burocratas não apenas uma
questão de estado, mas também de afirmação espiritual.
Dessa forma o governante garantia total respaldo para com a
sua figura, por parte da população. A crença de que o rei era também um deus
vivo era fundamental para que a população fosse recrutada para a realização de
grandes obras públicas sem maiores problemas. Essas obras públicas eram a
construção de grandes obras hidráulicas ou de templos religiosos (que serviam
como armazéns do Estado para estoque de alimentos). Como as terras pertenciam,
teoricamente, aos deuses, que eram representados na figura do rei, o estado era
considerado dono de todas as terras. Todos, assim, eram considerados servos do
rei pelo fato de que ele era considerado um deus-vivo e se submetiam aos
trabalhos coletivos exigidos pelo estado para garantir a permissão para a
utilização da terra para o próprio sustento. Devido a isso esses regimes são
também chamados de “regimes de servidão coletiva”
SOCIEDADES TEOCRÁTICAS DE REGADIO parte 2
Egito:
A sociedade egípcia tem semelhanças com as sociedades
mesopotâmicas, como, por exemplo, o uso e dependência das águas de um grande
rio (o Nilo) e a religiosidade politeístas, além do regime teocrático onde o
rei (Faraó) é considerado um deus-vivo. Mas há também particularidades.
Religião:
Os egípcios, diferente dos mesopotâmicos, tinham uma
religiosidade que se importava com a vida pós-morte. Havendo a crença do
“julgamento do Osires” onde o futuro das almas era definido. Os deuses podiam
ter personalidades dúbias, alternando bondade ou ira.
A crença na “vida após a morte” marcava também as práticas
funerárias no Antigo Egito, com constantes mumificações, que visavam conservar
o corpo até o dia que a alma voltasse a habitá-lo. A crença na volta da alma
para ressuscitar o corpo era tão presente na mentalidade dos egípcios que
membros da elite, que já contavam com o melhor processo de mumificação, por
vezes exigiam ser embalsamados ao lado de pertences valiosos, animais de
estimação e até de escravos para servi-los na próxima vida.
O politeísmo egípcio acabava servindo para questões
políticas, com Faraós extinguindo deuses e instituindo outros que melhor
servissem para legitimar seu poder de governante sobre o povo.
Sociedade:
Todo poder estava centralizado nas mãos do Faraó, que o
usava para coordenar as atividades econômicas. Era comum que o Faraó ordenasse
que as populações trabalhassem na construção e manutenção de diques e grandes
obras
Abaixo vinham os Sacerdotes, parte importante na manutenção
do poder dos Faraós pois atestavam a divindade do mesmo ajudando a manter a
população em estado de submissão.
A Nobreza era formada por altos funcionários que passavam
sua posição hereditariamente. Conseguiam posições de comando, inclusive no
exército.
Escribas eram a classe talvez mais antipatizada pelos
camponeses, pois eram responsáveis pela coleta de impostos, a divulgação das
leis e do censo populacional.
Artesãos e Camponeses: as classes livres mais humildes.
Dependentes das terras e do beneplácito de nobres e do próprio faraó
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