Mário Francisco de Melo Júnior
Professor de História
Sobre a reforma protestante é importante lembrar que há uma
grande influencia da burguesia na sustentação da reforma. O movimento
calvinista foi fundamental para atrair a classe burguesa para a nova religião.
A visão do "lucro como bênção e sinal da salvação" fez um contraponto
decisivo sobre a visão católica de que o lucro e a prosperidade material vinda
do comércio e do empréstimo a juros era algo ruim.
A classe burguesa na Suíça (onde se originou o calvinismo)
converteu-se em massa ao novo credo e financiou a expansão do credo pela Europa.
A centralização do poder nos reis, o Absolutismo, também
contribuiu para a expansão do protestantismo. Visando ampliar o poder real os
monarcas passaram a cobiçar as terras da Igreja Católica visando também
enfraquecê-la e livrar-se da intromissão do clero na vida política. O caso de
Henrique VIII e o Anglicanismo servem como excelente exemplo.
Outro fato curioso é que mesmo sendo excomungado do
catolicismo e tendo fundado sua nova religião, Lutero conseguiu de certa forma
promover uma reforma na Igreja Católica (que era o seu objetivo principal. É
bom lembrar que Lutero era um monge católico e de início era extremamente
devoto a autoridade papal). A contra-reforma (processo de reforma do
catolicismo visando conter a perda de fiéis) acabou adotando muitos dos pressupostos
defendidos por Lutero como o fim da venda de Indulgências, da venda de
relíquias sagradas e da venda de cargos eclesiásticos.
SOBRE AS GRANDES NAVEGAÇÕES:
A descoberta das rotas marítimas para as índias transformou
Portugal e Espanha no centro do comércio europeu do século XVI. Ambas
tornaram-se potências marítimas e grandes impérios coloniais. Além disso, a
Igreja Católica tinha interesse na colonização das novas terras para expandir o
catolicismo (os jesuítas haviam reacendido o fervor missionário do
catolicismo). O desenvolvimento do comércio em Portugal e Espanha não se
refletiram em uma menor centralização do poder dos reis, a interferência dos
monarcas espanhóis e lusitanos no comércio continuou constante, impedindo um
maior desenvolvimento das atividades mercantis nos dois reinos.
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